ensinar

Ao passear pelas redes sociais vi uma pergunta: “Ser professor é ensinar quem não quer aprender?” E essa me fez refletir sobre nosso lugar de professor no passado e na atualidade.

Minha primeira intenção foi responder que não conseguimos ensinar quem não quer aprender. Que para aprender algo a criança/pessoa tem que estar aberta a novas experiências e desejar se apropriar do conhecimento. Sim, isso é verdade. E se todos entrassem em sala de aula com essa ideia sobre aprender seria fácil. As crianças fariam silêncio, pois perceberiam que aquilo que estamos lhe ensinando é essencial para elas.

Mas será? Será que todo o conteúdo é essencial? Será que aqueles que não “sonham” em aprender estão perdidos? Nós, professores, não podemos fazer nada por eles?

Pensando sobre o ensino e sua função social:

Pensem em vocês como alunos, lá no passado. Nós com nossos 12 ou 15 anos devorávamos os conteúdos ensinados com sede de mais conhecimento? Ou apenas decorávamos por que nos diziam que ia cair na prova?

Verdade que no passado respeitávamos nossos professores, mas isso não era por nosso gosto pelos conteúdos e, sim, por nossos pais terem nos ensinado que as coisas deveriam ser assim.

Agora as crianças e adolescente continuam não ligando muito para o conhecimento em si, e tem o agravante de não terem noção de respeito. De quem é a culpa, deixaremos para outra hora. A questão aqui é como fazer esse aluno que não quer aprender, realmente aprender algo.

Como ensinar quem não quer aprender:

Dizer para uma criança de seis anos que ela precisa aprender os conteúdos para poder ter um bom  emprego, simplesmente não significa nada para ela. Que emprego? Ela nem conhece o mundo ainda. E muitas vezes dizer isso até mesmo para adolescentes, que seus interesses imediatos são amigos, romances e diversão, também não motiva ninguém. Ameaçar que vai repetir de ano, também não adianta. Pois nossa sociedade, em muitos, casos já não vê a escola como essencial.

Penso que existe basicamente dois caminhos, que podem ser usados concomitantemente e conforme a realidade de cada nível escolar para amenizar essa situação. 

1. Fazer a criança se interessar pelo conteúdo:

Isso pode ser mais fácil com assuntos que as crianças ou adolescentes consigam perceber como úteis para sua vida prática ou seu prazer. Nem sempre para instigar o aluno precisamos trazer técnicas pedagógicas elaboradas, às vezes o necessário é apenas nos conectarmos com a realidade desses alunos e perceber o que eles gostam.

Por quê não ensinar as regras de português em cima de uma música que eles gostam? E depois apresentar novos repertórios? Ou demonstrar que saber escrever bem irá ajudá-los a se comunicarem nas redes sociais, escreverem blogs, cartas para namoradas… E para o pequenos, que aprender a ler irá facilitar suas vidas até mesmo na hora de comprar algo no mercado, ou ver o nome do ônibus, ou poder ler suas próprias histórias, ou não ser enganado em documentos e outras situações.

O mesmo serve para grande parte dos conhecimentos escolares, normalmente estes têm uma utilidade em nossa vida. Talvez não naquele momento. Ou apenas podemos tornar esses conteúdos interessantes como fazer experimentos de física (descobrir o que vai cair mais rápido…).

Relacionar os conteúdos com o concreto da realidade daquele aluno, faz o conteúdo parar de soar como “besteira para prova” e ir criando curiosidade sobre novos conteúdos.

2. Fazer o aluno “aturar” alguns conteúdos:

Nós, professores, achamos todos os conteúdos do currículo importantes, e no fundo o são. Afinal estes nos ajudaram a pensar e a sermos o que somos hoje. Mas quando os aprendemos, e provavelmente até hoje, nos perguntamos para o quê mesmo aquilo servia?

Para esses conteúdos não sejamos ingênuos em pensar que os alunos irão querer aprendê-los por prazer. Assim, iniciamos com os conteúdo significativos e interessantes para a realidade e idade de nosso aluno, para depois convencer nosso aluno a aturar os outros conteúdos. Alternando conteúdos prazerosos com conteúdos menos interessantes.

Se no aluno nasceu a curiosidade e a confiança que o professor lhe ensina coisas “úteis” para sua vida, ele aceitará os outros conteúdos como algo necessário. Estimule seus alunos a perceberem que aquele conteúdo, pode não parecer importante no momento, mas que este servirá para aumentar o raciocínio, que irá tornar o aluno mais esperto, que serve para manter sua memória afiada ou apenas que é uma honrar ter acesso ao conhecimento acumulado por milênios….

E para esses conteúdos mais complicados, talvez trazer estratégias pedagógicas diferenciadas (como jogos, mídias digitais, desafios, gincanas…) ajude o aluno a aprendê-los.

Ou seja, sempre ajude o aluno e encontrar um motivo para estudar. Seja por prazer, por necessidade, para desenvolver seu cérebro, para ter o que questionar….

Espero que essa reflexão ajude em algo na sua prática. Confira também o texto sobre mural de comportamento e quando pode ser usado, aqui.

 

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Abraços, Shana Conzatti

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