A língua portuguesa é complexa, por isso é comum que surjam dúvidas no modo de usar algumas palavras e expressões. Sendo assim farei algumas postagens sobre essas dificuldades para ajudar as pessoas no seu dia a dia e também o professor a explicar esses conceitos para seus alunos. Aqui trago a resolução para a constante dúvida do emprego dos porquês.
Emprego dos porquês: explicação didática
POR QUE
- Equivale a “por qual motivo”, “por qual razão”, em alguns casos equivale ao “pelo qual”.
- A forma por que é formada pela junção da preposição “por” com o pronome interrogativo “que”.
Exemplos:
Por que você fez isso? (Por qual motivo você fez isso?)
Queria saber por que você não fez o tema. (Queria saber por qual razão você não fez o tema.)
Aquele estádio por que passamos é antigo. ( Aquele estádio pelo qual passamos é antigo.)
POR QUÊ:
- Usado ao final da frase. Devido a posição do pronome “que” ao estar antes de pontos finais, de interrogação, exclamação, reticências torna-se tônico, por isso a necessidade do acento.
- Mantém o sentido de “por qual motivo”, “por qual razão”.
Exemplos:
Liguei para ele ontem. Sabe por quê? (Sabe por qual motivo?)
Não pergunte mais por quê! (Não pergunte mais por qual razão!)
PORQUE:
- Usada como uma conjunção explicativa ou casual.
- Equivale a “pois”, , “para que”, “uma vez que”, “como”
- Costuma ser usada em respostas com objetivo de explicar uma causa.
Exemplo:
Vou para à escola porque quero aprender. (Vou para à escola, pois quero aprender.)
Não deixe de fazer as tarefas porque você irá tirar nota baixa. (Não deixe de fazer as tarefas uma vez que você irá tirar nota baixa.)
PORQUÊ:
- Usado como substantivo acompanhado de um artigo, numeral, pronome ou adjetivo.
- Equivale à “causa”, “razão” ou “motivo”.
Exemplos:
Não entendo o porquê você fez isso. (Não entendo a razão disto).
Diga-me ao menos um porquê! (Diga-me ao menos um motivo!)
Há muitos porquês para explicar meus atos. (Há muitas razões para explicar meus atos.)
Emprego dos porquês: dicas para sala de aula
Assim como outras regras de nossa amada língua uma forma fácil de não errar mais no uso dos porquês é organizar atividades de fixação da regra.
1. Cartazes para fixação:
Quando as crianças estão se alfabetizando e começarem a questionar o motivo dos porquês aparecerem de modo diferente, mesmo que esse conteúdo ainda não esteja no currículo daquele ano escolar, você pode fazer um cartaz com dicas rápidas para ajudá-las e irem percebendo as diferenças dos usos dos porquês (segue algumas dicas tiradas da internet).
2. Complete as frases:
Para fixar esse conteúdo em turmas que os usos dos porquês estejam sendo trabalhados faça desafios no quadro com frases com espaços vazios onde as crianças devem completar com o “porque” correto.
3. Quebra-cabeça dos porquês:
Quando as crianças já compreenderem os conceitos, dificulte as frases. Escreva as palavras das frases em fichas, incluindo os diferentes tipos de porquês. Recorte as palavras e entregue para as crianças como um quebra-cabeça. As crianças terão que montar a frase corretamente e ainda acertar qual o “porque” vai naquela frase. (algumas frases podem ter mais de uma possibilidade certa).
4. Observações diárias:
Ao lerem os enunciados de exercícios, textos ou quando as crianças escrevem seus próprios textos reforce as regras quando aparecer os porquês. Questione se eles lembram o motivo daquela escrita. E quando a criança escrever errado, circule o erro e peça para ela procurar qual é a forma correta, assim ela irá aprendendo a regra mais rápido do que quando o professor dá a resposta pronta.
Confira mais dicas para professores AQUI.
Guia de conteúdos de Ed. Infantil e Fundamental de acordo com a BNCC e Guias com dicas para enfrentar o cotidiano e problemas comuns em sala de aula, AQUI.
Abraços, Shana Conzatti.