Mesmo depois de tantos anos em sala de aula, me deparo com turmas mais difíceis. Algumas parecem fora de controle e nós, professores, nos desesperamos. Acontece de algumas turmas serem mais agitadas do que outras, terem mais dificuldades em ouvir e em respeitar. Ás vezes é uma junção de situações que vão se tornando uma bola de neve, e nós ficamos sem voz tentando por ordem.
Mas pra tudo tem uma solução! Trago aqui algumas técnicas que tenho usado, e espero de coração, que possam também ajudá-las.
Técnicas para estabelecer limites:
Se na sua turma há um líder negativo ou mais de um. Concentre-se em mostrar para essa criança quais os comportamentos corretos. Elogie-a quando ela fizer algo positivo. Ao fazer algo negativo, mostre para a turma que aquilo não é engraçado, e que essa criança vai perder alguma regalia (ficar um tempo sentado). Aproveite o comportamento nato de líder, para convidar essa criança a te ajudar em diversos momentos positivos. Mostrando que é mais vantagem ser um líder positivo do que negativo.Não estou levando aqui em consideração se a criança apresenta algum transtorno, pois nesses casos, é importante que o professor tenha ajuda especializada.
Se for um grupinho de crianças que iniciam as confusões, tente os manter separados. Ponha um sentado longe do outro, de preferência ao lado de crianças com maior nível de concentração e paciência. Isso diminuirá o “eco” deles para iniciarem as bagunças.
Trabalhe com jogos cooperativos, de atenção e concentração, de paciência, de moderar o som… Essas brincadeiras são úteis para irem mostrando as crianças como internalizarem alguns limites, e a aprenderem a lidar melhor com a frustração da espera.
Com crianças que discutem demais trabalhe sobre boas maneiras, sentimentos e brincadeiras que os desafiem a ouvirem o outro, a se comunicarem de modo diferente e a respeitar.
Mas algumas turmas juntam várias crianças que ainda não adquiriram um autocontrole. Elas querem prestar atenção, querem falar baixo. E os fazem quando você chama atenção, mas meio segundo depois já estão fazendo o errado novamente.
iniciar um trabalho de controle externo utilizando um quadro de incentivo pode ser bastante útil.
Como usar quadros de incentivos:
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Construa as regras da sala:
converse com as crianças como deveriam se comportar em sala (não gritar, ouvir a professora, não brigar….). Construa com essas crianças as regras: podem desenhar, ou pintar algo que a professora tenha trazido. Ou fazer listas de bons e maus comportamentos…
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Estabeleça uma punição:
Ainda com ajuda das crianças, questione o que se poderia fazer com as crianças que não seguirem as regras. Combine com elas o castigo (ficar sentado, perder um tempo do pátio, pedir desculpa e abraçar…) Tenha o cuidado para a punição não ser exagerada, pois o objetivo é que a criança perceba que errou e tente mudar seu comportamento e não que fique enraivecida.
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Monte um quadro de incentivo:
Explique para seus alunos como o quadro de incentivos vai funcionar. Dê chances para que a criança que perdeu estrelas ou foi para o rostinho triste possa redimir-se. Assim se mantém o incentivo de se fazer o certo. Pois se a criança perder a chance de ir para o pátio nos primeiros minutos de aula, ela não vai ter mais nada a perder e irá agitar o restante do tempo.
Importante!
Para trabalhar de modo correto com quatro de incentivo tenha um plano diário. Todo dia a criança inicia na melhor pontuação (com todas as estrelas ou no rostinho feliz), se ela perdeu todas as suas chances naquele dia e sofreu as consequências combinadas, no dia seguinte ela terá a chance de tentar novamente.
Se desejar faça também anotações semanais, em que aquelas crianças que não perderam suas chances em nenhum dia ao final da semana irá ter alguma vantagem. Evite que isso seja presentinhos (como ganhar balas ou mimos). Pense em algo que suas crianças gostem: como poder brincar com um jogo específico, ser o ajudante especial daquele dia… Isso mostrará as crianças que se elas conseguirem se controlarem, irão ser recompensadas.
Sempre que uma criança quebrar as regras combinadas, pontue esse comportamento. “Você perdeu uma estrela por que gritou.” E se a criança perder todas as suas chances, reforce o motivo da punição. “Agora você vai ficar sentado, como foi combinado, por que perdeu as suas três estrelinhas por gritar, bater e bater novamente.”
Quando a criança ficar brava ou frustrada por ter perdido suas chances, relembre-a que ela pode tentar ser melhor no dia seguinte.
Vai ter crianças que nunca perderão estrelas e aquelas que sempre perdem. Se perceber que a perda constante tem desmotivado algumas crianças a tentarem melhor, pois pensam que não irão conseguir. Modifique um pouco o quadro de incentivo, a fim de facilitar. Aumente o número de chances ou diminua os dia necessários para ganhar o incentivo final. Claro, faça essa modificação para todas as crianças ao mesmo tempo.
E aos poucos vá diminuindo as chances. Assim quando as crianças conseguirem não perderem dez estrelas, podem tentar não perderem 8, não perderem 4… Até que você perceba que nem utiliza mais o quadro. Que as quebras de regras são apenas pontuais.
O objetivo principal deste tipo de método é fazer com que as crianças aprendam a se autocontrolarem. Que façam uma autoavaliação do que podem ou não fazer e que reconheçam que seus atos bons ou ruins tem consequências. É um processo e não uma solução imediata.
Tipos de quadros de incentivos:
Retirei da internet algumas ideias para você montar seu quadro de incentivo/comportamento.
Compartilhe se você teve algum resultado positivo? Ou que outras formas você usa com sua turma para manter o controle em sala de aula? Vamos conversar. 🙂
Leia também sobre técnicas para conseguir silêncio em sua sala de aula.
Dica extra para auxiliar na organização de sua turma:
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Abraços, Shana Conzatti